Tinha trabalhado num restaurante para juntar dinheiro, por isso fiquei vários dias sem ter que procurar um lugar para dormir, mas não agüentava mais, larguei esse emprego de garçom e parti para uma praia quase deserta. Se chama Naufragados, fica na ilha em Florianópolis, e é a praia mais ao sul que tem, a segunda mais bela e natural. Digo quase deserta porque para chegar nela há uma trilha sobre uma pequena montanha que leva uma hora e meia (fiz em menos de uma) ou por barco, que me salvou no final, e é uma volta muito bonita que fiz ao pôr-do-sol. Mas voltando ao inicio tinha ido passar três dias sozinho, levei uma barraca, um saco de dormir, duas bermudas, três camisetas, um chinelo, uma caneca, escova de dentes, fio dental (sou muito chato em relação aos dentes) faca, corda, 20 reais e meu malabares dentro de uma mochila, nada mais, sem cueca, shampoo, potetor solar, documentos, carteira, nada. Tinha saio as 8 da manha da casa do meu primo e antes do meu dia estava chegando na praia indo pela trilha, havia somente umas 3 ou 4 casas de artesões e pescadores, chegando no final da trilha abria-se um amplo gramado, a direita um camping com algumas barracas e uma casa de madeira, a esquerda em cima de uma pequeno morro uma casa abandonada, uma construção com uma arquitetura bem antiga, amarela, antes de chegar na areia os dois restaurantes do local, na frente deles uma escada de concreto que dava na areia, cem metros a esquerda uma morro onde inicia uma longa trilha para a praia do Saquinho, leva umas 4 horas, iria faze-la depois de passar esse dias descansando na praia, a direita
terça-feira, 26 de agosto de 2008
Histórias de Viagem - Praia dos Naufragados.
quinta-feira, 14 de agosto de 2008
Seja humano para poder entendê-lo!
Ao pensar quem é o ser humano, uma múltipla variedade de informações passa a construir essa imagem. Podemos referenciar a biologia e os fatores orgânicos, o corpo e funcionamento dos órgãos, a evolução de espécies que originou-nos; a antropologia e a mítica figura do homem que ao longo dos anos fica ereto, distanciando-se dos animais, abrindo novas possibilidades de compreensão. A criação da cultura e vida social, toda construção humana que vai além do individuo, o que ficou nessa caminha de gerações?
Uma perspectiva histórica, social, e mítica, preposições que nos levam a subjetividade, a metafísica. A admiração orgástica que sentimos por poder pensar, imaginar, sonhar, e logo desejar. Que para um psicólogo parece a mais admirável faceta humana, tanto que decidi estudá-la. Mas acreditar que é “isso” que nos torna humanos, e ressalto que “isso” é uma construção genérica, porém que dá a maior e melhor interpretação possível para algo que não consigo descrever de modo pleno, já que dessa forma apelo ao humano para compreender o humano.
Então, temos uma definição metafísica do ser humano sobre a qual podemos refletir. Inicio com a máxima budista, e de alguns psicólogos também, “a vida é sofrimento”, pois desejamos o que não podemos ter, aquilo que temos não desejamos mais. Será que essa é a linguagem da vida que entendemos? Incompletude, parcialidade e sofrimento? É a única forma que temos para definir o que somos e entender o que construímos?
Por quanto permaneço sem uma resposta que satisfaça minha curiosidade, porém lanço meu olhar sobre o pouco que conhecemos de humanidade que existe
Podemos procurar entendê-lo de diversas formas, porém ao intervir, ou ao criar uma filosofia pessoal, deveríamos pensar como se pode ser melhor, mais útil, feliz, saudável. Enfim, acredito que o sofrimento é o que transparece no primeiro olhar sobre a história do homem, mas ao pensar sobre como deve ter sido difícil darmos conta de que existimos, nascemos sozinho e morremos dias depois, não é de estranhar que soframos por isso. Ao procurar responder essa questão acabamos por olhar para o céu em busca de conforto, criamos deuses, mas descobrimos a matemática, olhamos a lua por tanto tempo que um dia lá fomos, vivemos o empirismo e a razão, o espírito e a matéria, e criamos algo maior que nosso sofrer. Nascemos humanos e temos a chance de nos tornarmos sujeitos humanos. Caio num mundo que não escolhi, mas tenho como modificá-lo e contribuir para parecer com aquilo que imagino. Somos aquilo que nos propomos ser. Acima de tudo movimento. CAOS.
sexta-feira, 4 de abril de 2008
Beijo aos meus demônios sonolentos
Outro indivíduo singular, cheio de si e amargo. Ao descobrir a magia das palavras esqueço o encanto necessário para transformar a vida realidade. Beijo aos meus demônios sonolentos, vocês abalam o que sou e me dão a oportunidade de reconstruir, perder-se em mim, virar um narciso em busca do espelho. Mas como estou quebrado, tenho a chance de ver as faces dos que me rodeiam em pequenos pedaços de espelho espalhados pelo chão. Espero ver beleza e harmonia. Assim, calmo e seguro, posso dar de beber ao meu ódio, fazer amor com meu desprezo, cuspir na cara da bondade. Depois sento e espero a reação que vem em ondas, agora vamos ver se estava realmente sossegado, ou simplesmente apático.
Fluído e estático
Sentir a fluidez da vida abala as certezas a qual estou acostumado. Faz olhar o mundo com outros olhos, de criança madura. Me separa dos outros,e talvez deixe mais sábio, porém as armadilhas continuam a forçar esse novo entendimento. Me sinto melhor, separado e superior; um erro simples, de um principiante na busca pela verdade. Eu a procuro, já a viu com o canto dos olhos, brinquei com ela um dia na praia, mas vai embora quando faço força para que fique. O que aprendi usei para separar-me de colegas e amigos. Legitimado por uma razão vazia, caio na soberba após um vislumbre de humildade. Entendo o significado a ser construído, mas o fato de poder proferi-lo a ouvidos surdos dá forças a minha escuridão. Mágoas e angústias ressurgem, acompanhados por certezas, uma combinação perigosa. Esqueço de viver aquilo que apreendi, torno-me o que desprezo, estático.
Vagar perdido no eterno
Crianças são símbolos de esperança, renovação, alegria, um concentrado de energia
Macaco bêbado mordido por escorpião
Minha cabeça divaga em abstrações vazias, para poder esquecer o que ignoro. Continuo a acreditar que sei o que é melhor para todos, e permaneço sem saber o que quero. Será que consigo pensar em algo por mais de dez minutos? Essa divagação de macaco bêbado mordido por um escorpião me faz perder a clareza da banana que procuro pro almoço, na busca cega de retomá-la, esqueço de olhar ao redor na floresta. Sou um cego de olhos abertos sem enxergar os frutos que caem aos meus pés com a úmida brisa que germina a relva ao amanhecer. O desejo da fruta me faz continuar, e o veneno do inseto confunde para onde vou.
sábado, 29 de março de 2008
Vida e morte indistintas
Vida e morte são indistintas, por toda nossa vida morte significa o desconhecido e exerce sua influência indiferente se pensamos nela ou não. Para aquilo que não sabemos dirigimos primeiro medo e ansiedade, pois é uma lembrança constante de que “EU” vou mudar. Entender a fluidez da vida demora, requer esforço contínuo, e é tão etéreo que palavras não descrevem esses curtos momentos de lucidez. Mas existem muitas pistas que podem ajudar nessa questão, uma deles são os avós. Pessoas que conhecemos por toda a vida, passados os anos, entendemos que eles não eram tão velhos como se imaginava. Porém, após algum tempo vemos a morte exercer de modo inevitável a vivência da questão que ela nos faz por toda a vida: “E então, como você percorreu o caminho?”. A parir daí, observamos como estes bondosos senhores e senhoras aproveitam tudo àquilo que buscaram para si nesses anos de trabalho, família, amores. Para nós, seus filhos e netos inicia-se um processo de coragem e humildade, pois podemos olhar nossos anciões da aldeia e aprender com seus erros e acertos, para que o líquido fluído da vida não estanque nas mesmas barreiras. Contudo, como nossos sentimentos por eles são muito fortes, tanto os agressivos como os amorosos, reagimos ao despertar para a não-existência com amor ou ódio, aprovação ou rejeição incondicionais, devido a nossos medos de desamor e finitude. Com isso, estamos fadados a ignorar o que podemos evoluir, para daqui alguns anos reviver da mesma forma tudo aquilo que consideramos “bom e mau”. Todavia, quando temos a força de compreender que “bom e mau” “vida e morte” não existem, poderemos por alguns momentos esquecer de “NÓS MESMOS”, e aproveitar essa carga enorme de energia que foi jogada em nosso caminho para olhar com novos olhos aquilo que já aconteceu, e o que estamos construindo para nosso futuro.
quarta-feira, 26 de março de 2008
Eu ouço o murmúrio da Taz
Uma TAZ está chegando, de
quarta-feira, 12 de março de 2008
O Ritmo das palavras
Saiba que o que você diz, fala de si e aonde quer chegar. Cuidado, pois é o primeiro passo do caminho, e você sabe para onde suas palavras te levam?
sábado, 8 de março de 2008
O Início do caminho
Chegar ao destino não é o que se busca ao iniciar uma jornada, é importante ter claro que aquilo que queremos nesse trajeto será alcançado pela forma como se trilha o caminho que nos levará ao que desejamos. Pois, o que vemos será novo quando se tiver coragem de arriscar-se por algo desconhecido, onde certezas de como pode terminar, de onde dormir, do que comer, e o que vai acontecer, não ocupam os pensamentos. Se tem algo significativo para experimentar, a fim de agregar um novo entendimento sobre aquilo que foi tão difícil de construir (“EU”), que nos deixa tranqüilo, mas que sabemos onde vai nos levar. Então, quando der o primeiro passo, saiba que o final está ligado a como você vai reagir às pessoas que encontrar, e enfrentar as inesperadas situações e aventuras que acontecerem.