quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Seja humano para poder entendê-lo!

Ao pensar quem é o ser humano, uma múltipla variedade de informações passa a construir essa imagem. Podemos referenciar a biologia e os fatores orgânicos, o corpo e funcionamento dos órgãos, a evolução de espécies que originou-nos; a antropologia e a mítica figura do homem que ao longo dos anos fica ereto, distanciando-se dos animais, abrindo novas possibilidades de compreensão. A criação da cultura e vida social, toda construção humana que vai além do individuo, o que ficou nessa caminha de gerações?

Uma perspectiva histórica, social, e mítica, preposições que nos levam a subjetividade, a metafísica. A admiração orgástica que sentimos por poder pensar, imaginar, sonhar, e logo desejar. Que para um psicólogo parece a mais admirável faceta humana, tanto que decidi estudá-la. Mas acreditar que é “isso” que nos torna humanos, e ressalto que “isso” é uma construção genérica, porém que dá a maior e melhor interpretação possível para algo que não consigo descrever de modo pleno, já que dessa forma apelo ao humano para compreender o humano.

Então, temos uma definição metafísica do ser humano sobre a qual podemos refletir. Inicio com a máxima budista, e de alguns psicólogos também, “a vida é sofrimento”, pois desejamos o que não podemos ter, aquilo que temos não desejamos mais. Será que essa é a linguagem da vida que entendemos? Incompletude, parcialidade e sofrimento? É a única forma que temos para definir o que somos e entender o que construímos?

Por quanto permaneço sem uma resposta que satisfaça minha curiosidade, porém lanço meu olhar sobre o pouco que conhecemos de humanidade que existe em nós. Acredito fundamentalmente que estamos em movimento, e devemos direcionarmo-nos para a harmonia, ou em termos acadêmicos para a saúde. O ser humano tem uma história que dá sentido a sua vida, desenvolve-se dentro de um processo maior que não escolheu, e onde primeiramente depende por completo dele. Por isso faz-se necessário tempo e investimento para capacitá-lo a intervir propositalmente em seu ambiente, aqui podemos construir enlaces com a sociologia e psicologia social, mas pelo menos por enquanto voltamos ao foco anterior, o ser humano.

Podemos procurar entendê-lo de diversas formas, porém ao intervir, ou ao criar uma filosofia pessoal, deveríamos pensar como se pode ser melhor, mais útil, feliz, saudável. Enfim, acredito que o sofrimento é o que transparece no primeiro olhar sobre a história do homem, mas ao pensar sobre como deve ter sido difícil darmos conta de que existimos, nascemos sozinho e morremos dias depois, não é de estranhar que soframos por isso. Ao procurar responder essa questão acabamos por olhar para o céu em busca de conforto, criamos deuses, mas descobrimos a matemática, olhamos a lua por tanto tempo que um dia lá fomos, vivemos o empirismo e a razão, o espírito e a matéria, e criamos algo maior que nosso sofrer. Nascemos humanos e temos a chance de nos tornarmos sujeitos humanos. Caio num mundo que não escolhi, mas tenho como modificá-lo e contribuir para parecer com aquilo que imagino. Somos aquilo que nos propomos ser. Acima de tudo movimento. CAOS.

Um comentário:

Pablito disse...

legal essa tua postagem...

cara... arrumei uma pra gente fazer... naqueles dias de tédio cheio de coisa!!!

ou naquelas noites de final de semana!!!

depois a gente se fala!!!

abração