sexta-feira, 4 de abril de 2008

Beijo aos meus demônios sonolentos

Outro indivíduo singular, cheio de si e amargo. Ao descobrir a magia das palavras esqueço o encanto necessário para transformar a vida realidade. Beijo aos meus demônios sonolentos, vocês abalam o que sou e me dão a oportunidade de reconstruir, perder-se em mim, virar um narciso em busca do espelho. Mas como estou quebrado, tenho a chance de ver as faces dos que me rodeiam em pequenos pedaços de espelho espalhados pelo chão. Espero ver beleza e harmonia. Assim, calmo e seguro, posso dar de beber ao meu ódio, fazer amor com meu desprezo, cuspir na cara da bondade. Depois sento e espero a reação que vem em ondas, agora vamos ver se estava realmente sossegado, ou simplesmente apático.

Fluído e estático

Sentir a fluidez da vida abala as certezas a qual estou acostumado. Faz olhar o mundo com outros olhos, de criança madura. Me separa dos outros,e talvez deixe mais sábio, porém as armadilhas continuam a forçar esse novo entendimento. Me sinto melhor, separado e superior; um erro simples, de um principiante na busca pela verdade. Eu a procuro, já a viu com o canto dos olhos, brinquei com ela um dia na praia, mas vai embora quando faço força para que fique. O que aprendi usei para separar-me de colegas e amigos. Legitimado por uma razão vazia, caio na soberba após um vislumbre de humildade. Entendo o significado a ser construído, mas o fato de poder proferi-lo a ouvidos surdos dá forças a minha escuridão. Mágoas e angústias ressurgem, acompanhados por certezas, uma combinação perigosa. Esqueço de viver aquilo que apreendi, torno-me o que desprezo, estático.

Vagar perdido no eterno

Crianças são símbolos de esperança, renovação, alegria, um concentrado de energia em movimento. Quando um dia parece acabar com seu espírito, o “acaso” (será??) traz essas pequenas pessoas a sua vida por algumas horas, sua animação e espontaneidade mexem com você de uma forma mais intensa do que poderia esperar, deixe acontecer. Enquanto a morte traz a sabedoria para um futuro melhor; a infância nascimento mostram o porquê de buscar algo numa experiência tão pesada que procuramos evitar. Pois, não quero cometer os mesmos erros nessa vida, fechar os olhos para a morte, e vagar perdido no eterno, então olho sereno tranqüilo!

Macaco bêbado mordido por escorpião

Minha cabeça divaga em abstrações vazias, para poder esquecer o que ignoro. Continuo a acreditar que sei o que é melhor para todos, e permaneço sem saber o que quero. Será que consigo pensar em algo por mais de dez minutos? Essa divagação de macaco bêbado mordido por um escorpião me faz perder a clareza da banana que procuro pro almoço, na busca cega de retomá-la, esqueço de olhar ao redor na floresta. Sou um cego de olhos abertos sem enxergar os frutos que caem aos meus pés com a úmida brisa que germina a relva ao amanhecer. O desejo da fruta me faz continuar, e o veneno do inseto confunde para onde vou.